Nós estudamos sobre tantos assuntos.
Corremos atrás de mestrado, doutorado, pós-doutorado e mais uma infinidade de
cursos que nos colocam “aptos” para então doarmos este conhecimento para o
mundo. Mas eu me pergunto o quanto nós conhecemos sobre os nossos pensamentos,
as nossas emoções, nosso corpo psicológico?
O filme “A origem” aborda o tema dos
sonhos e do poder das idéias que temos. Implantar ou remover uma idéia. Achei
fantástico, uma equipe que trabalha para implantar uma idéia nova em alguém,
considerando o nível de profundidade de outras idéias que teriam que ser
removidas para o sucesso da tarefa. Sim, no filme, acredito que o poder das
idéias, das nossas crenças ou “leis interiores” foi colocado na dimensão certa:
as nossas idéias, nossos pensamentos tem um poder enorme que impactam a nossa
vida diária.
Na realidade, penso que atualmente,
somos mais ou menos como um motorista que dirige no escuro. Temos muito pouca
informação sobre o nosso mecanismo. Você conhece o que realmente pensa em
níveis mais profundos? Você conhece as estórias que você criou e guardou em
algum canto da sua mente e nunca mais acessou diretamente? Essas estorinhas têm
um impacto na nossa vida. Se eu tenho uma crença, ou seja, uma leizinha dentro
de mim que diz que trabalho tem a ver com sofrimento, é esta imagem que se
formou em minha mente e que pode estar atrapalhando ou impactando negativamente
alguns aspectos da minha vida.
As crenças são sempre absolutistas. Não há
moderação. Um pensamento moderado, realista, poderia ser - trabalho muitas
vezes acarreta algum sofrimento, alguma dificuldade, como tudo na vida, mas
trabalho não significa sofrimento, trabalho pode ser algo que traz muita
gratificação e contentamento. Se eu estou entregando para o mundo o melhor de
mim, me sinto realizada. Então o que significa trabalho para você? O que
significa dinheiro? O que significa relacionamento? Imagine quantas destas
crenças nós temos internamente. Eu digo por experiência própria e pelo que vejo
nas outras pessoas que atendo: nós temos inúmeras crenças. Podemos começar a
confrontá-las. É um bom começo.
Para entrar num processo de conhecer a si mesmo, é preciso coragem e muita honestidade, porque vamos encontrar certamente aspectos dos quais não gostamos. Encontraremos também qualidades que nunca demos valor porque eram tão naturais. Encontraremos nossa imaturidade, nossa negatividade e também nossos tesouros, nossa força, nossos talentos.
Acho que o mundo está lentamente se
encaminhando para este novo olhar. Acho que as empresas podem se beneficiar
deste trabalho porque quem se descobre, descobre a enorme auto responsabilidade
que tem, não nas costas - porque auto responsabilidade não implica peso - mas
nas asas porque implica liberdade. Sou eu que tenho o poder de escolher que
atitude ter na vida, que lado olhar, que caminho seguir. Ser responsável por si
mesmo, é assumir nosso poder. É saber que eu tenho a minha parcela de
contribuição nas experiências que vivencio. Por menor que ela seja, é para ela
que devo direcionar a minha atenção. É examinando-a que vou conhecer mais sobre
meus pensamentos e então optar novamente.
Graziela
Ramos de Souza Bergamini - Psicóloga
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